Nossa primeira aula, em 17 de março, foi um ciclo básico de humanas, onde trabalhamos questões relacionadas com a educação no Brasil. Abaixo segue o material utilizado por alguns professores para essa discussão, que gerou um bom debate entre os alunos e professores.
Tema da aula: A Educação e o Acesso ao Ensino Superior no Brasil
Número de aprovados da escola pública na USP é o menor desde 2007
Programa de inclusão de estudantes da rede pública foi criado em 2007.
Programa de inclusão de estudantes da rede pública foi criado em 2007.
Em 2010, foram 2.717 convocados contra 3.157, em 2009.
Fernanda Nogueira Do G1, em São Paulo, 10/08/2010
O número de aprovados oriundos da escola pública no vestibular 2010 da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) foi o menor desde o início do Programa de Inclusão da USP (Inclusp), que oferece bônus a esses estudantes, em 2007.
A porcentagem de aprovados em 2010 foi de 25,64% do total de 10.662 convocados na primeira lista contra 30,01% no ano anterior. Em 2007, foram 26,98% e em 2008 foram 26,31%. Os dados foram divulgados pela Pró-Reitoria de Graduação da Universidade de São Paulo (USP) nesta terça-feira (10).
O número de inscritos oriundos da escola pública em 2010 também caiu. Foi de 33.329 estudantes contra 40.866 em 2009.
Implantado pela primeira vez no vestibular 2007, o Inclusp foi criado para aumentar a participação de estudantes de escolas públicas na universidade.
Na época, a USP afirmou que o objetivo era ter 30% dos estudantes aprovados oriundos da escola pública. Nos primeiros dois anos, foi dado bônus de 3% nas provas da primeira e da segunda fase para os vestibulandos que cursaram o ensino médio integralmente em escolas públicas.
No ano passado, foram acrescentadas também possibilidades de bônus de até 6%, de acordo com a nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e de até 3% pelo Programa de Avaliação Seriada (Pasusp).
Com os problemas de atraso da aplicação do Enem, a Fuvest desistiu de usar a nota do exame e ofereceu bônus de acordo com uma média de acertos na própria prova da Fuvest. Com isso, o bônus aos alunos de escola pública pode chegar a até 12%.
Para a pró-reitora de Graduação, Telma Zorn, quatro hipóteses são levadas em consideração para explicar a queda no número de aprovados da escola pública. São elas: dificuldades de divulgação, a não realização em 2009 do programa Embaixadores da USP, em que alunos da universidade divulgam o Inclusp nas escolas públicas, a expansão das universidades federais em São Paulo, com a abertura da Universidade Federal do ABC (UFABC) e com novos campi da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), além das vagas em universidades particulares com bolsas do Programa Universidade Para Todos (ProUni). “São hipóteses que não são excludentes. Elas se associam”, afirmou.
Em 2010, dos 2.717 aprovados da escola pública, 2.358 fizeram a opção por participar do programa de inclusão da USP. Desses, 583 foram aprovados com ajuda do bônus. Os outros tiveram nota suficiente nas provas do vestibular para serem classificados sem ajuda do programa.
Segundo a pró-reitora de graduação, os candidatos à Fuvest que estudam em escola pública precisam ficar atentos na hora de fazer a inscrição à necessidade de fazer a opção pelo “sistema de pontuação acrescida”.
Na relação de aprovados de escolas públicas com o total de inscritos desse grupo, a USP registra aumento desde 2007. Naquele ano, do total de inscritos de escolas públicas, 5,77% foram aprovados. Em 2008, foram 6,31%, em 2009, 7,73% e em 2010, 8,15%. "Colegas que trabalham com estatística dizem que dá para chegar à conclusão com os dados que a qualidade de alunos de escola pública que participaram do vestibular melhorou", disse Telma.
Não foram divulgados dados sobre evasão dos aprovados oriundos de escola pública. A evasão geral na USP é de cerca de 12%, segundo a pró-reitora de Graduação.
Cotas nas universidades públicas: um debate necessário (recorte)
Aproveitando mais um momento de seleção nacional de estudantes para o curso superior, gostaria de trazer para o debate a questão da reserva de vagas para negros, portadores de deficiências e estudantes das escolas públicas que, a meu ver não se esgotou, particularmente pelo alto grau de intolerância (de todas as partes) que marcou estes debates nos últimos anos.
Um dos aspectos mais polêmicos diz respeito à exigência de caracterização de um “estado de carência”, como condição básica para que os candidatos possam concorrer como “cotistas”. Particularmente considero inadequada a restrição do sistema de cotas apenas aos “estudantes carentes”, em face das dificuldades operacionais e fragilidade da fixação de critérios objetivos de identificação de “estado de carência”, não apenas devido ao curto espaço de tempo para análise da “carência” declarada pelos candidatos aos vestibulares e a necessidade de recursos para tal, mas principalmente, porque:
- a defesa de cota para os portadores de deficiência se deve às suas condições particulares e não à posse ou não recursos financeiros – até porque podem tê-los e consumi-los ao limite, exatamente por suas necessidades especiais e, além disso, creio que o “portador de deficiência” que vive em estado de carência dificilmente chega até as portas da universidade;
- a defesa da cota para negros e indígenas não se faz por conta de sua condição financeira, mas sim por conta de uma dívida social e humana impagável, contraída por parte considerável de nossos ancestrais, que os escravizaram e assassinaram em massa;
- a defesa da cota para estudantes oriundos da rede escolar pública não é função de terem mais ou menos recursos financeiros, mas do entendimento de que esta é uma das formas de se buscar o fortalecimento da escola pública – ainda que seja pela atratividade que pode vir a ter para os membros de classes economicamente mais favorecidas e historicamente mais fortes no papel de críticos dos serviços públicos e assim, capazes de obter respostas mais efetivas do Estado.
É importante ressaltar que havendo exigência legal de corte econômico, muitos candidatos que se encontram próximos aos limites estabelecidos para se determinar “quem é carente ou não”, são prejudicados por não disputarem as vagas reservadas com seus, permitam-me a expressão, “iguais” e terem assim, reduzidas possibilidades de classificação concorrendo com o grupo de “não-cotistas”.
Outro aspecto polêmico é o da identificação de etnias no processo de inscrição nos vestibulares: creio que qualquer forma de identificação que não seja o reconhecimento do direito à autodeclararão de etnia pode levar à discriminação, face à inexistência de critérios objetivos e inequívocos para sua caracterização. Aqui, me posiciono radicalmente contra propostas de constituição de “Comissões de Reconhecimento” encarregadas de afirmar que seria ou não negro, por exemplo.
Com relação à possibilidade de fraude nesta situação, o que se pode dizer é que o reconhecimento do direito de autodeclararão não permite a caracterização de “fraude”, uma vez que qualquer questionamento a esta autodeclararão fere o próprio significado de direito à “autodeclaração”.
Aliás, ao longo dos debates em que participei sobre o tema pude ouvir de várias organizações sociais empenhadas historicamente na luta pela inclusão social e implantação de políticas afirmativas, que um dos maiores objetivos destes grupos seria, exatamente, aumentar do número de pessoas que se autodeclarassem negros, o que se por um lado pode proporcionar o surgimento de alguns “oportunistas” por outro, faria com que o brasileiro “mostrasse sua cara mestiça”.
*Aluizio Belisário é Professor Adjunto da UERJ. Doutor em Educação-PROPED/UERJ, Mestre e Bacharel em Administração Pública-EBAPE/FGV.
(Para acessar o texto completo, acesse: http://www.cartacapital.com.br/politica/cotas-nas-universidades-publicas-um-debate-necessario/. Texto também disponibilizado no Blog do Curso Salvador Allende, juntamente com texto para leitura complementar)
Atividade proposta na aula: Elabore um texto dissertativo, posicionando-se sobre o tema trabalhado em aula. Busque ser claro e conciso, não ultrapassando o limite de dez linhas.
Um dos aspectos mais polêmicos diz respeito à exigência de caracterização de um “estado de carência”, como condição básica para que os candidatos possam concorrer como “cotistas”. Particularmente considero inadequada a restrição do sistema de cotas apenas aos “estudantes carentes”, em face das dificuldades operacionais e fragilidade da fixação de critérios objetivos de identificação de “estado de carência”, não apenas devido ao curto espaço de tempo para análise da “carência” declarada pelos candidatos aos vestibulares e a necessidade de recursos para tal, mas principalmente, porque:
- a defesa de cota para os portadores de deficiência se deve às suas condições particulares e não à posse ou não recursos financeiros – até porque podem tê-los e consumi-los ao limite, exatamente por suas necessidades especiais e, além disso, creio que o “portador de deficiência” que vive em estado de carência dificilmente chega até as portas da universidade;
- a defesa da cota para negros e indígenas não se faz por conta de sua condição financeira, mas sim por conta de uma dívida social e humana impagável, contraída por parte considerável de nossos ancestrais, que os escravizaram e assassinaram em massa;
- a defesa da cota para estudantes oriundos da rede escolar pública não é função de terem mais ou menos recursos financeiros, mas do entendimento de que esta é uma das formas de se buscar o fortalecimento da escola pública – ainda que seja pela atratividade que pode vir a ter para os membros de classes economicamente mais favorecidas e historicamente mais fortes no papel de críticos dos serviços públicos e assim, capazes de obter respostas mais efetivas do Estado.
É importante ressaltar que havendo exigência legal de corte econômico, muitos candidatos que se encontram próximos aos limites estabelecidos para se determinar “quem é carente ou não”, são prejudicados por não disputarem as vagas reservadas com seus, permitam-me a expressão, “iguais” e terem assim, reduzidas possibilidades de classificação concorrendo com o grupo de “não-cotistas”.
Outro aspecto polêmico é o da identificação de etnias no processo de inscrição nos vestibulares: creio que qualquer forma de identificação que não seja o reconhecimento do direito à autodeclararão de etnia pode levar à discriminação, face à inexistência de critérios objetivos e inequívocos para sua caracterização. Aqui, me posiciono radicalmente contra propostas de constituição de “Comissões de Reconhecimento” encarregadas de afirmar que seria ou não negro, por exemplo.
Com relação à possibilidade de fraude nesta situação, o que se pode dizer é que o reconhecimento do direito de autodeclararão não permite a caracterização de “fraude”, uma vez que qualquer questionamento a esta autodeclararão fere o próprio significado de direito à “autodeclaração”.
Aliás, ao longo dos debates em que participei sobre o tema pude ouvir de várias organizações sociais empenhadas historicamente na luta pela inclusão social e implantação de políticas afirmativas, que um dos maiores objetivos destes grupos seria, exatamente, aumentar do número de pessoas que se autodeclarassem negros, o que se por um lado pode proporcionar o surgimento de alguns “oportunistas” por outro, faria com que o brasileiro “mostrasse sua cara mestiça”.
*Aluizio Belisário é Professor Adjunto da UERJ. Doutor em Educação-PROPED/UERJ, Mestre e Bacharel em Administração Pública-EBAPE/FGV.
(Para acessar o texto completo, acesse: http://www.cartacapital.com.br/politica/cotas-nas-universidades-publicas-um-debate-necessario/. Texto também disponibilizado no Blog do Curso Salvador Allende, juntamente com texto para leitura complementar)
Atividade proposta na aula: Elabore um texto dissertativo, posicionando-se sobre o tema trabalhado em aula. Busque ser claro e conciso, não ultrapassando o limite de dez linhas.
Caso não tenha participado dessa aula, utilize essas questões e temas para guiar a sua análise:
1. Alfabetização: Observe a porcentagem da população não alfabetizada. Quantos conseguem terminar o ensino fundamental/médio/superior?
2. Investimento: Qual nível de ensino recebe mais investimento? Por quê? Quem teve acesso ao ensino médio público terá acesso ao superior público?
3. Relação com o PIB e orçamento da União: Como é o investimento público da educação? Quais são as prioridades do Governo Federal?
4. Cotas: Quais são os argumentos favoráveis a implementação das cotas nas universidades públicas?
Aula 2: Movimentos da Terra, Coordenadas Geográficas, Fuso Horário, Camadas da Terra e Tectônica de Placas
Movimentos da Terra
1. Rotação: movimento que a Terra executa em torno do seu próprio eixo, com duração de 24 horas e de sentido de oeste para leste. Determina a sucessão dos dias e das noites.
2. Translação: movimento que a Terra executa em torno do Sol, com duração de 365 dias e 6 horas. Determina o período de 1 ano, as quatro estações e as diferentes durações dos dias e das noites.
Como ocorrem os dias e as noites?
Devido ao fato de a Terra ser redonda, durante o processo de rotação uma de suas faces será iluminada pelo Sol, enquanto a outra permanecerá escura, constituindo dia e noite, respectivamente, em cada uma dessas faces. Com a rotação, a Terra vai oferecendo sempre uma nova face para ser iluminada pelo Sol, enquanto outra vai entrando na escuridão.
E as estações do ano?
O movimento de translação faz com que a Terra ocupe diferentes posições em relação ao Sol ao longo do ano, traçando um percurso em forma de elipse. Acrescenta-se a isso o fato da inclinação da Terra em relação ao seu eixo de rotação também variar. Isso faz com que várias partes do planeta não sejam iluminadas da mesma forma e, portanto, não se aqueçam da mesma maneira. Esse movimento também resulta na variação da duração do dia e da noite, de acordo com a estação do ano.
Coordenadas Geográficas e Fusos Horários
As Coordenadas Geográficas são um conjunto de linhas imaginárias, designadas paralelos e meridianos, que servem para localizar um ponto ou acidente geográfico na superfície terrestre. São compostas por:
· Latitude: distância, em graus, de qualquer ponto da superfície terrestre a partir da linha do Equador. Varia de 0° a 90°
· Longitude: distância, em graus, de qualquer ponto da superfície terrestre a partir do meridiano de Greenwich. Varia de 0° a 180°
As Coordenadas Geográficas são um conjunto de linhas imaginárias, designadas paralelos e meridianos, que servem para localizar um ponto ou acidente geográfico na superfície terrestre. São compostas por:
· Latitude: distância, em graus, de qualquer ponto da superfície terrestre a partir da linha do Equador. Varia de 0° a 90°
· Longitude: distância, em graus, de qualquer ponto da superfície terrestre a partir do meridiano de Greenwich. Varia de 0° a 180°
Já os fusos horários representam cada uma das 24 horas que se divide a Terra. Cada fuso representa uma hora, ou 15°. Cada fuso para Leste corresponde à 1 hora a mais e, para oeste, uma hora a menos.
Recentemente o Brasil sofreu uma alteração legal nos fusos horários: o estado do Pará foi incluído no fuso do horário oficial do país e fuso que abrigava estado do Acre e uma porção do Amazonas (em verde escuro) foi extinto.
Camadas da Terra
Durante o processo de formação da Terra, houve um período em que os diversos minerais que a compõe começaram a se diferenciar e se aglutinar em grandes grupos. Esse processo fez com que a Terra ficasse dividida em três camadas:
· Núcleo: Composto por principalmente por ferro e outros elementos pesados como o níquel, é a camada mais densa e, por esse motivo, se encontra na parte mais profunda do planeta, a cerca de 2.900 Km de profundidade. É liquido na parte externa, devido a temperatura elevada, mas sólido na parte central, devido a intensa pressão.
· Crosta Terrestre: Fina camada externa com cerca de 40 Km de espessura. Contém materiais relativamente leves com temperaturas de fusão baixas, como o Alumínio, Silício, Magnésio, Cálcio, além do Ferro.
· Manto: Constitui a maior parte da Terra e localiza-se entre a Crosta e o Núcleo. É formado pelo magma, constituído por minerais em estado “pastoso”, em fusão.
Durante o processo de formação da Terra, houve um período em que os diversos minerais que a compõe começaram a se diferenciar e se aglutinar em grandes grupos. Esse processo fez com que a Terra ficasse dividida em três camadas:
· Núcleo: Composto por principalmente por ferro e outros elementos pesados como o níquel, é a camada mais densa e, por esse motivo, se encontra na parte mais profunda do planeta, a cerca de 2.900 Km de profundidade. É liquido na parte externa, devido a temperatura elevada, mas sólido na parte central, devido a intensa pressão.
· Crosta Terrestre: Fina camada externa com cerca de 40 Km de espessura. Contém materiais relativamente leves com temperaturas de fusão baixas, como o Alumínio, Silício, Magnésio, Cálcio, além do Ferro.
· Manto: Constitui a maior parte da Terra e localiza-se entre a Crosta e o Núcleo. É formado pelo magma, constituído por minerais em estado “pastoso”, em fusão.
Se fizermos uma análise mais criteriosa, a partir dos aspectos físicos, podemos acrescentar mais algumas camadas:
· Litosfera: Casca externa que inclui a crosta e topo do manto até uma profundidade de cerca de 100 Km. Quando submetida a uma força tende a se comportar como um casca rígida.
· Astenosfera: camada entre a litosfera e o manto. É um sólido moldável.
· Hidrosfera: Corresponde a toda parte que contém água no planeta, cerca de 71% da superfície terrestre.
· Atmosfera: Camada de gases que envolve o planeta.
· Litosfera: Casca externa que inclui a crosta e topo do manto até uma profundidade de cerca de 100 Km. Quando submetida a uma força tende a se comportar como um casca rígida.
· Astenosfera: camada entre a litosfera e o manto. É um sólido moldável.
· Hidrosfera: Corresponde a toda parte que contém água no planeta, cerca de 71% da superfície terrestre.
· Atmosfera: Camada de gases que envolve o planeta.
A Teoria da Tectônica de Placas
De acordo com a teoria da tectônica de placas, a litosfera não é uma casca contínua. Ela é quebrada em 12 grandes placas que se movem sobre a superfície terrestre alguns centímetros por ano. Cada placa atua como uma unidade rígida distinta que se move sobre a astenosfera, que também está se movendo.
A descoberta das placas tectônicas na década de 1960 forneceu aos cientistas a primeira teoria unificada para explicar a distribuição mundial dos terremotos e dos vulcões, a deriva dos continentes, o soerguimento de montanhas, entre outros fenômenos geológicos.
As forças que empurram e arrastam as placas ao redor da superfície originam-se do calor proveniente do manto e núcleo terrestre, gerando um processo de convecção. A convecção é um mecanismo de transferência de energia e de massa no qual o material aquecido ascende e o material resfriado afunda.
A matéria quente da base sobe sob a força do empuxo, pois se tornou menos densa que a matéria que está sob ela no topo. Quando alcança a superfície, ela perde calor e esfria, se tornando mais densa e afundando pela atração da gravidade.
Até o início do Jurássico (há cerca de 180 milhões de anos), as placas encontravam-se reunidas em um único continente, denominado por Wegener em 1912 de Pangéia. A Pangéia constituiu, no passado, uma massa de terra única, rodeada pelos oceanos chamados Pantalassa e Tétis. A existência do Pangéia terminou no final do Jurássico, quando houve um rompimento do continente próximo ao Equador, dividindo-o inicialmente em dois, a Laurásia (atual América do Norte e Eurásia) e o Gondwana (atual América do Sul, África, Antártida, Austrália e Índia.
Essa teoria é denominada Deriva Continental.
O movimento das placas tectônicas se dá em diversos sentidos e o limite dessas placas pode apresentar duas formas de interação: divergentes e convergentes.
· Limites divergentes: ocorre quando as placas “caminham” em sentidos opostos, se afastando, como no limite entras placas Sulamericana e Africana. Quando isso ocorre nos oceanos, o limite entra as placas em separação é marcado por uma dorsal meso-ceânica, com presença de vulcanismo ativo. Quando ocorre em continente, geram as falhas, imensas fraturas preenchidas com rochas vulcânicas.
Dorsal Meso-oceânica
Falha de San Andreas, EUA
Limites convergentes: ocorre quando as placas “caminham” em um mesmo sentido, chocando-se. Quando as placas são oceânicas, uma desce abaixo da outra, ocorrendo a subducção e formando um arco de ilhas. Quando o choque a convergência se dá entre uma placa continental e outra oceânica, a continental é soerguida e a oceânica subduz, pois é mais pesada que a placa continental, formando um cinturão de montanhas vulcânico na margem da placa continental, como a Cordilheira dos Andes. Já quando a convergência se dá entre duas placas continentais, a crosta é amassada e ganha mais espessura, formando altas montanhas e um amplo planalto, como o Himalaia.
Cordilheira dos Andes - Santiago, Chile
Himalaia - Índia
O que podemos concluir?
•Zonas limites de placas tectônicas são regiões instáveis
•Nessas regiões ocorrem com maior frequência atividades geológicas de grandes proporções, como terremotos e vulcões, geralmente onde os limites são convergentes. Por isso, a região abaixo é denominada Círculo de Fogo do Pacífico, pois é nessa região que se encontram com maior intensidade e frequência os fenômenos anteriormente citados.
Se os vulcões ocorrem no limite das placas tectônicas, como se explica os vulcões ativos que não estão nessas regiões de limite, como as ilhas vulcânicas do Hawai?
Os Pontos Quentes (ou Hot Spots)!
Pontos em que o magma consegue romper a litosfesra e alcançar a superfície, onde ocorre um vulcão. Com o movimento das placas tectônicas, o ponto se mantêm no mesmo lugar mas a placa é deslocada, criando um novo ponto e, portanto, um novo vulcão, criando um alinhamento de vulcões extintos.
Imagem de satélite das Ilhas do Hawai - EUA
Exercícios:
1.) (UNICAMP-2009) “Nos primeiros dias do outono subitamente entrado, quando o escurecer toma uma evidência de qualquer coisa prematura, e parece que tardamos muito no que fazemos de dia, gozo, mesmo entre o trabalho quotidiano, essa antecipação de não trabalhar...”.
(Fernando Pessoa, Livro do Desassossego. Campinas: Editora da Unicamp, 1994, vol II, p. 55).
a) Compare as características do outono em Portugal (terra natal de Fernando Pessoa) com o outono da região nordeste do Brasil.
b) Diferencie solstício de equinócio.
2 - "Em 1883, a violenta erupção do vulcão indonésio de "Krakatoa" riscou do mapa a ilha que o abrigava e deixou em seu rastro 36 mil mortos e uma cratera aberta no fundo do mar. Os efeitos da explosão foram sentidos até na França; barômetros em Bogotá e Washington enlouqueceram; corpos foram dar na costa da África; o estouro foi ouvido na Austrália e na Índia." (Simon Winchester. "Krakatoa - o dia em que o mundo explodiu". São Paulo: Objetiva, contracapa, 2003).
Explique por que no sudeste da Ásia, onde se localiza a Indonésia, há ocorrência de vulcões, diferentemente do que ocorre no território brasileiro.
3.) (UNICAMP-2008)A próxima Olimpíada ocorrerá em 2008 e será realizada na China, tendo como sede a cidade de Pequim.
a) Tomando por base o mapa acima apresentado, qual será a diferença horária total entre a realização das competições e seu acompanhamento televisivo ao vivo no Brasil? Supondo que a cerimônia de abertura seja realizada a partir das dezoito horas (18h00min), no dia 8 de agosto de 2008, qual a data e o horário correspondentes no horário oficial do Brasil?
b) Sabendo-se que a diferença de horário entre as cidades de Brasília e Pequim decorre da existência de diferentes fusos horários, explique como são delimitados os fusos horários e indique qual a sua extensão padrão em graus de longitude.
Respostas:
Para saber as respostas mande um e-mail para geoallende@gmail.com !
Uma notícia que tem tudo a ver com a aula
Uma notícia que tem tudo a ver com a aula
Aula 3 - Noções de Cartografia
Onde é a nossa casa? Onde é o nosso país? Onde se localiza o nosso continente? E o nosso planeta em relação ao universo? O planeta está sempre no mesmo lugar? Perguntas como estas são de interesse dos homens desde os primórdios da civilização, passando pelas grandes navegações, e até os dias de hoje.
Atualmente, com o avanço da tecnologia da informação, como SIG (sistema de informações geográficas), o planeta é continuamente mapeado, fotografado e arquivado com extrema precisão. Isso traz a possibilidade de obter uma expressiva quantidade de informações sobre determinado ponto da Terra, o que significa detenção de poder sobre este ponto. Os crescentes investimentos em pesquisas que localizam metais preciosos, petróleo ou plantas medicinais na Amazônia, ou mesmo onde se localizam as principais aglomerações humanas - maior número de consumidores para se instalar residências, indústrias, vender produtos; são informações muito valiosas para questões econômicas, políticas e sociais locais e globais.
Não é possível operacionalizar a simultaneidade de eventos que acontecem na Terra a todo o momento, uma vez que, no mesmo lugar estão acontecendo diversos fenômenos. Constroem-se rodovias e casas, organizam e produzem o espaço, no mesmo lugar onde está ocorrendo os fenômenos naturais, como variações do clima e temperatura, formas de relevo, disposição de rios. Tanto para se operacionalizar e organizar as atividades citadas acima como para conhecer porção da Terra, tem-se um sistema de orientação composto por um conjunto organizado de informações sobre os mais diversos fatos, eventos e localizações no planeta. Esse registro é o objeto da cartografia, que nos permite ver imagens e representações de lugares, e que, por isso mesmo, constitui-se num instrumento imprescindível para a Geografia.
- Cartografia: Técnica que permite a representação Gráfica de parte ou de toda a superfície da Terra. No estudo geográfico, é utilizada como instrumento de análise e estudo de fenômenos localizáveis no planeta, ou seja, representados graficamente.
- Mapas: Representação gráfica que facilita a compreensão espacial de objetos, conceitos, condições, processos e fatos da superfície da Terra.
Os mapas precederam a escritura e a matemática em muitas sociedades, mas somente no século XIX foram associados às disciplinas modernas cujo conjunto constitui a cartografia. O primeiro mapa data de 2700 A.C, de origem Suméria, feito em rocha.
Durante muito tempo considerada essencialmente europeia, hoje a cartografia é reconhecida como uma linguagem visual de todas as civilizações!
“A Cartografia Moderna é fruto de uma empresa global, uma forma de poder/saber (...) criada e recebida por agentes humanos, explorada pelas elites para exprimir uma visão ideológica do mundo.” (Brian Harley, 1991).
As projeções cartográficas
As projeções cartográficas podem ser apreendidas como representações ou visões de mundo, e podem expressar estratégias e objetivos políticos, militares, econômicos, entre outros.
Toda projeção apresenta distorções da realidade, uma vez que o mapa é uma representação em uma superfície plana de características da Terra, que é “esférica”. O objetivo principal do mapa, portanto, é selecionar e facilitar o manuseio de informações.
A correspondência entre as informações da realidade – dimensões do terreno – e as representações no papel se dá pela escala.
- Escala: Dimensões correspondentes à realidade espacial. A maior escala possível é a 1:1 (reprodução do objeto em tamanho natural). A escala é pequena quando se reduzem muito os elementos (áreas muito grandes, pouco detalhes). A escala é grande quando os elementos não são muito reduzidos (áreas menores com maior detalhamento). Assim, a escala 1:50 é maior que 1:100, para representação da mesma realidade.
Exemplo: Escala 1:50000
Significa dizer que 1cm no mapa representa 50000cm na realidade (no terreno), ou 1cm no mapa é igual a 500m no terreno, ou ainda, 0,5km.
1 quilometro (km) equivale a 1000 metros.
1 metro equivale a 100 centímetros.
Como os mapas representam o mundo, podem expressar o pensamento e visão de mundo de uma determinada cultura. Dessa forma, uma referência brasileira de mundo teria a seguinte representação:
Figura 1: Projeção azimutal equidistante centrada no Brasil. Fonte: material Objetivo.
Existem várias maneiras de se projetar a realidade do planeta em no papel (planisfério), e todas as maneiras de projeção, todo e qualquer mapa, apresenta distorções. Os mapas são simplificações da realidade.
Segundo as propriedades geométricas de cada projeção, tem-se projeções:
Cilíndrica: Esfera terrestre envolvida por um cilindro de papel, onde são projetados os paralelos e os meridianos.
Cônica: Esfera envolvida por um cone de papel.
Azimutal: projeção tangenciada por um ponto.
Entre as projeções mais conhecidas, temos:
1.Projeções Conformes: Conservam as formas terrestres (continentes/ilhas) em detrimento de suas áreas. Distorção mínima é encontrada no centro do mapa (Equador). Ou seja, quanto maior as latitudes, maior a distorção.
O maior representante desse tipo de projeção é Mercator (século XIX), utilizada na época das grandes navegações. Nessa projeção, de forma cilíndrica, é dita eurocêntrica, uma vez que a Europa aparece bem maior do que realmente é, no centro do mapa.
2. Projeções Equivalentes: Conservam as áreas dos continentes/ilhas, e deformam as formas e os ângulos. O maior representante desse tipo de projeção é Peters (segunda metade do século XX), feita de forma cilíndrica. Peters não rompe com a visão eurocêntrica do mundo, mas dá um maior destaque aos países que se encontram nas baixas latitudes (que são diminuídos na projeção de Mercator). Diz-se que essa projeção valoriza os países subdesenvolvidos independentes após a II Guerra Mundial (grande parte localizados no hemisfério sul). A projeção de Peters já chegou a ser impressa com a orientação sul na parte superior, ou seja, de “cabeça para baixo”.
3. Projeções Equidistantes: Distorcem as áreas e as formas dos continentes (que aumentam de tamanho à medida que se afasta do centro da projeção), mas mantém as distâncias entre as regiões de forma precisa. Ela adota um ponto qualquer do planeta que seja possível esse tipo de projeção. É usado para rotas aéreas e marítimas, e a mais comum é a Projeção Equidistante Polar.
A Organização das Nações Unidas tem como bandeira uma projeção. Ela utiliza a Projeção Plana Azimutal, onde a porção central é representada com fidelidade, e as deformações aumentam do centro para a periferia da representação.
EXERCÍCIOS:
- (UNICAMP) Suponhamos que você tenha sido convidado para trabalhar num projeto municipal de arborização em uma cidade do porte de Campinas/SP. Num primeiro momento, você terá que examinar a situação do município como um todo. Num segundo momento, você escolherá determinadas áreas piloto para a implantação do novo projeto. Esses dois momentos envolvem níveis de análise diferentes.A partir desta constatação e considerando que você terá os mapas e as plantas cadastrais a sua disposição nas escalas: 1:1.000.000, 1:50.000, 1:25.000. 1:10.000 e 1:5.000,
a.) Escolha a escala apropriada para analisar cada um destes dois momentos.
b.) Justifique sua escolha para cada um dos casos.
2. (ENEM) Existem diferentes formas de representação plana na superfície da Tterra (planisfério). Os planisférios de Mercator e de Peters são atualmente os mais utilizados. Apesar de usarem projeções, respectivamente, conforme e equivalente, ambas utilizam como base da projeção o modelo:
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